Efeitos especiais estrelinhas

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quarta-feira, 25 de março de 2009

Homenagem -237 anos de Porto Alegre


"Acorda Porto Alegre,
Nas ruas bêbados e vagabundos,
Suor da madrugada em pingos de chuva,
O vampiro foge pela porta dos fundos.

Acorda Porto Alegre,
Nas esquinas sujas,barrentas e febris.
Os risos,serenatas,bailes e bares,
As pedras nas janelas dormem infantis.

Acorda Porto Alegre
O dia já raiou,a noiva tirou seu véu,
Vingança da noite que partiu
Sorte do bando de aves no céu.



Acorda Porto Alegre - poema de Jessé de Oliveira (Porto Alegre/Memória Escrita)

Foto: Luciana Lee

Hundertwasser -o pintor-rei das cinco peles


A nossa época encontrou no pintor-rei o mais formidável acusador do pensamento
totalitário,da energia nuclear à organização do quadro de vida.
A Arte : Hundertwasser nos oferece uma cativante forma de a usar - primeiro para viver,em vez de sobreviver,e depois para viver sempre melhor.Ele pinta o mundo
como um quadro sempre mais belo.Tudo vem da arte e regressa á arte.

Arte


A paleta do pintor,
Confusa,inquieta,multicolorida,
É quase sempre mais bela
Do que a pintada na tela.


Mario Quintana( A cor do invisível )

segunda-feira, 23 de março de 2009

Navio Fantasma



O vento

"Queria transformar o vento.
Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física
do vento: uma costela,o olho...
Mas a forma do vento me fugia que nem sas formas
de uma voz.
Quando se disse que o vento empurrava a canoa do
índio para o barranco
Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a
canoa do índio para o barranco.
Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
Estava quase a desistir quando me lembrei do menino
montado no cavalo do vento - que lera em
Shakespeare.
Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos
prados com o menino.
Fotografei aquele vento de crinas soltas.

Manoel de Barros (Ensaios Fotográficos)

Tempo


" Desde a idade de seis anos,eu tinha a mania de desenhar a forma
dos objetos.Por volta dos cinquenta,havia publicado uma infinidade
de desenhos,mas tudo o que produzi antes dos sessenta não deve ser
levado em conta. Aos setenta e três,compreendi mais ou menos a
estrutura da verdadeira natureza,as plantas,as árvores,os pássaros,
os peixes e os insetos. Em consequência, aos oitenta, terei feito ainda
mais progresso; aos noventa, penetrarei o mistério das coisas;aos
cem,terei decididamente chegado a um grau de maravilha,e quando
eu tiver cento e dez anos,para mim,seja um ponto,seja uma linha,
tudo será vivo."


Katsushika Hokusai (1760?- 1849)